segunda-feira, 28 de julho de 2014

Sarajevo - Joe Sacco




O jornalista e quadrinista Joe Sacco, autor de Palestina: Uma nação ocupada, retorna para escrever agora sobre o conflito na Bósnia, mais especificamente sobre o Cerco de Sarajevo.



A Guerra da Bósnia foi um conflito armado que ocorreu entre abril de 1992 e dezembro de 1995 na região da Bósnia e Herzegovina, resultado de uma complexa combinação de fatores envolvendo questões políticas e religiosas. As proporções de um conflito que envolvia as consequências do fim da Guerra Fria, misturadas com fervores nacionalistas, resultaram no envolvimento de mais países, caso de Croácia e Sérvia e Montenegro. Estabeleceu-se uma discussão em torno da razão de ser do conflito, se seria uma guerra civil ou uma guerra de agressão.

Após a Bósnia e Herzegovina fazer sua declaração de independência da República Socialista Federativa da Iugoslávia, os sérvios, cujo objetivo estratégico era criar um novo Estado sérvio da República Srpska, o qual incluiria parte do território da Bósnia e Herzegovina, cercaram Sarajevo com uma força de cerca de 18.000 homens. Baseados nas colinas circundantes, assaltaram a cidade com armamento pesado, que incluía artilharia, morteiros, tanques, canhões antiaéreos, metralhadoras pesadas, lançadores múltiplos de foguetes, mísseis lançados de aeronaves e rifles sniper. Em 2 de maio de 1992, os sérvios bloquearam a cidade. As forças de defesa do governo bósnio, que estavam muito mal equipadas, foram incapazes de romper o cerco.

A história da HQ é simples, tem um aspecto mais de documentário. É dividida em duas partes, uma das quais se passa no final da guerra e na qual o autor tem a companhia de um antigo combatente para servir como guia, entrelaçando a narrativa com flashbacks do soldado.

A HQ explora bastante o cotidiano de Sarajevo no período, a partir da figura do guerrilheiro, com ele mostrando todas as artimanhas para sobreviver e viver. Há diversão e ação e, de tempos em tempos, o relato de suas histórias; tanto que, em dado momento, ficamos na dúvida sobre o que seria a realidade e o que seriam apenas histórias de pescador (ou de soldado). Mas podemos ter uma ideia muito boa de como era viver (ou visitar) a região naquela época.

O traço lembra um pouco Robert Crumb. A composição é simples, com o fundo preto para sinalizar os flashbacks e o fundo normal para sinalizar a história mais atual. Quase não são usados balões de fala, usando-se uns que se assemelham a papéis de lembretes. A intercalação entre os balões de narrativa e os de fala lembra um documentário.




Uma ótima opção de leitura para quem tem interesse em eventos históricos modernos.

Escrito por Felipe Utsch
Revisado e corrigido por Tarsila Albuquerque
Editado por Gabriel Albuquerque

domingo, 6 de julho de 2014

Dylan Dog - Johnny Freak


Dylan Dog é uma revista em quadrinhos da linha Bonelli Comics, publicada na Itália pela Sergio Bonelli Editore, e tendo tido, no Brasil, edições lançadas por diversas editoras. Conhecido como o Detetive do Pesadelo, Dylan é um investigador, com um inseparável parceiro chamado Groucho, que está sempre pronto a fazer piadinhas sobre qualquer tema, assunto ou acontecimento.

Na história Johnny Freak, Dylan encontra um jovem surdo, que não tinha pernas e apresentava sinais de agressão. Ao descobrir que o jovem nascera apenas com a deficiência, nota que algo acontecera para que ele perdesse as pernas e até outras partes do corpo. E diante desse cenário, resolve ajudar.
Com um traço realista, enquadramentos simples e composição eficaz, a HQ ainda remete a quadrinhos da década de 70 e 80 (o quadrinho surgiu na década de 80, mas so foi publicada nos anos 2000  não consegui a data, ao certo, da publicação original ).
Dylan Dog e seu parceiro agem como Sherlock Holmes e Watson, porém o Groucho atua como alívio cômico, tendo, inclusive, um visual que remete a Charles Chaplin.
Logo também somos apresentados a dois personagens: Johnny, o jovem deficiente, e a enfermeira. E de cara já nos cativam, principalmente Johnny, que nos dá uma lição de humanidade ao final da HQ.

Os antagonistas ficam mais encobertos, aparecendo ao final da história (apenas um deles aparece mais cedo). Não se tem um mistério grande sobre quem é/são os responsáveis pelo sofrimento de Johnny, mas a razão pela qual cometem o ato o é.
Com certeza uma boa indicação de leitura, agradável e divertida, e como diria Dylan Dog: “Judas dançarino é muito bom”.

Escrito por Felipe Utsch
Corrigido e revisado por Tarsila Albuquerque
Editado por Gabriel Albuquerque

terça-feira, 1 de julho de 2014

The Flash - critica



Nós, da Komix, conseguimos ter acesso ao episódio piloto da mais nova séria da CW, The Flash, que caiu na internet. Dos criadores Greg Berlanti e Andrew Kreisberg, a série trata da versão Barry Allen do herói da DC Flash.
O episódio começa com o próprio Barry (Grant Gustin) contando um pouco da sua história e de como sua mãe foi morta e seu pai, acusado injustamente. Passados vários anos, o episódio já o mostra adulto como um detetive forense. Barry é atingido por um raio após a explosão de um acelerador de partículas produzido pelos laboratórios STAR. Ele acorda do coma nove meses depois e descobre os seus novos poderes. Confuso sobre o que fazer, ele corre até a cidade vizinha, Starling City, onde se encontra com Oliver. Esse encontro nos dá a ideia de que possa haver vários crossovers entre as duas séries. Mesmo porque a primeira aparição de Barry se deu no seriado do Arqueiro Verde, ambas da mesma produtora.
O que era mais preocupante no seriado do Homem Mais Rápido do Mundo era como fazer os efeitos de ele se deslocando em alta velocidade. O pessoal dos efeitos especiais conseguiu retratar isso muito bem, e a sombra de Barry correndo ficou igual à dos quadrinhos. A série se passa na cidade fictícia de Central City, que se assemelha com Nova York, e já neste episódio, há o primeiro confronto contra um vilão meta-humano vítima também da explosão, que se deu a entender ser o Mago do Tempo. Apesar de a batalha ter sido rápida, ela foi intensa e muito bem feita.
Esperamos um seriado no qual, a exemplo de Arrow, os vilões sejam muito bem explorados e que, como no decorrer deste episódio, principalmente no final, haja várias surpresas com vilões de peso. A série também pode dar abertura para uma provável aparição do herói no filme da Liga da Justiça (previsto para 2018), de acordo com o seu desenrolar.

Escrito e editado por Gabriel Albuquerque
Corrigido e revisado por Tarsila Albuquerque