quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Comparação anime x mangá - Evangelion

Neon Genesis Evangelion é uma série de ação pós-apocalíptica que gira em torno de uma organização paramilitar chamada NERV, criada para combater seres monstruosos chamados Anjos, utilizando seres gigantes chamados Unidades Evangelion (ou EVAs). Estes seres são controlados por adolescentes, que por um mero acaso nasceram no ano do Segundo Impacto, sendo um deles o personagem principal, Shinji Ikari. Com outros adolescentes que foram treinados para pilotar os EVAs (por serem compatíveis com os mesmos) e com a ajuda dos membros da NERV, eles tentam derrotar os Anjos e evitar o Terceiro Impacto, que levaria a destruição da humanidade. 

Se trata de uma obra extremamente complexa, com base em crenças judaicas/cristãs. Normal chegar ao final sem entender direito o que aconteceu.
Diferente da maioria dos mangás e animes, que primeiramente sai o mangá e depois o anime, aqui saíram praticamente simultaneamente. Sendo que o mangá ainda não terminaram. Em ambos, a historia vai se desenvolvendo, de forma a ficar cada vez mais depressiva, sombria e dramática, aprofundando nos conflitos dos personagens. A base de ambas as mídias são a mesma, mesmos acontecimentos e até as estratégias de combate contra os anjos não variam muito. A ordem dos acontecimentos são alteradas, mas os acontecimentos permanecem os mesmos, chegam por exemplo, a mostrar como Shinji mata o 1º anjo a aparecer através de flashback no final do 2 episodio, depois dele já ter se alojado na casa da Misato, mas para quem já leu o mangá, não chega a ser surpreendido, pois no mangá aparece exatamente igual.
Existe também, possivelmente, uma maior quantidade de anjos no anime em relação ao mangá. Anjos como Matarael, que se assemelha a uma aranha, não aparece no mangá. Todos os personagens são apresentados da mesma forma, com alterações apenas em detalhes, como por exemplo, Kaworu no mangá aparece tocando piano, enquanto no anime aparece assobiando, mas a musica que ele toca ou assobia, em ambas as versões são a mesma, a 9ª sinfonia.
Ao final do animes, muitas são as perguntas sem resposta, como por exemplo, quem são os anjos afinal de contas e o que eles querem. Seus objetivos são explicados nas obras, mas vendo o universo expandido, que conta toda a historia, pode-se entender melhor. Uma breve explicação: Havia uma raça ancestral, que dominaram todos os segredos da ciência. Ao perceberam que iriam morrer, decidiram preservar as conquistas criando vida em outro lugar. Criaram então sete sementes da vida, em esferas gigantes chamadas Luas. Cada uma possuía seres poderosos contendo suas almas, cujo proposito era da a vida onde aterrissassem. Metade recebeu a fruta da vida, e a outra metade a fruta do conhecimento. Nenhuma recebeu as duas visto que era muito perigoso.
Adão, veio parar na Terra, e assim começou a vida aqui, incluindo 16 anjos, completamente autossuficientes. Mas Lilith também veio parar aqui, não podendo haver 2 sementes em um mesmo planeta por é muito perigoso, houve o 1º impacto. Lilith teria sido destruída pela Lança de Longinus, uma arma de auto destruição que cada semante carrega, mas foi danificada na aterrissagem e não funcionou. Adão se incapacitou, fazendo com que os anjos entrassem em estado de hibernação.
Lilith também hibernou, mas antes, também criou vida, os humanos.

A humanidade não tinha noção de sua origem, mas isso mudaria com o descobrimento do Manuscrito do Mar Morto. Criaram a Gehirn, cujo o objetivo era elevar a humanidade a nível de divindade. Para isso, teriam que destruir todas as formas de vida geradas a partir de Adão, depois fazer Lilith reabsorver a humanidade e se juntar a Adão, contendo as frutas da vida e do conhecimento juntas. Adão é encontrado na Antardida, por Gendou Ikari e Dr. Katsuragi que seguiam as profecias dos Manuscritos do Mar Morto. Dr. Katsuragi usou sua Teoria S² para acordar Adão. Os cientistas receavam que outros Anjos pudessem acordar depois de Adão, então eles começaram a degenerar Adão ao seu estado embrionário e a liberação de energia resultou no Segundo Impacto. O Terceiro Impacto O Terceiro Impacto é um processo que combina todas as almas humanas num único ser. Isso acontecerá apenas se todos os Angel forem totalmente derrotados. O Terceiro Impacto também poderá acontecer se apenas um dos Anjos tocar Adão. Com o 2º impacto, acharam o corpo de Lilith, e a partir dele fizeram os Evas, para que pudessem combater os anjos.
Pode-se ver muita das influencias da bíblia. A começar pelo nome, Neon Genesis Evangelion, em que Genesis é o 1º livro da Biblia, e fala sobre a criação da vida. Adão, que foi o 1º homem, e Lilith, que foi a 1ª mulher. Sim, antes mesmo de Eva, teve a Lilith, e so é citada no... Manuscrito do mar morto, que pode ser os chamados Evangelhos Apocrifos, que não foram parar na Biblia. E os Evas, que tem seu nome com base na Eva da bíblia, que foi criada a partir da costela de Adão (inicialmente na obra, citava que era Adão também, e somente no final descobrimos que na verdade, o que achávamos ser Adão, era Lilith, o que explica o anjo não poder se juntar e sim a Rei).
Cada Eva necessitava de uma alma para se mover, além da criança. As almas, eram as mães dos pilotos.

Quanto aos personagens. Está certo que os protagonistas são adolescentes, que é a fase do “o mundo me odeia e eu odeio o mundo”, “ninguém me entende” e costumam ficar deprimidos mais fáceis, devidos as mudanças que estão sofrendo. Mas... aqui, é o cumulo das inseguranças. Rei não conhece seus sentimentos, em um dado momento em que ela chora, ela se pergunta “estou chorando?”. O que a torna inocente e sincera, segundo ela, se sente algo, apenas diga. Asuka lembra a típica líder de torcida, que quer que todos a vejam como ela é bonita, e assim ninguém nota (e ela ignoraria) as suas inseguranças quanto a beleza. Mas no caso troca a beleza por capacidade e inteligência. E Shinji... como aquilo pode ser um protagonista. Faço as palavras do desciclopedia as minhas: “Apenas C&A de Pégasus supera-o no quesito "personalidade mais jurada de morte", até porque não existe na série a fala "Morra, Shinji! HIHIHIHIHEHEHEHEHEHAHAHAHAHAHA!!!!". É um chorão maldito desgraçado que devia agradecer a deus por ter uma mulher gostosa e mais velha que tá a fim dele.”
Um personagem extremamente irritante, imagine o mundo acabar só porque ele ficou chorando pela atenção do pai e choramingando que não era capaz de fazer anda. E como o Eva só podia ser pilotado por ele, afinal era a alma da mãe dele que estava lá (sim, a Rei pilota, mas além do fato de são conseguir sincronizar tao bem, ela era um clone. E um clone da mãe do Shinji ainda por cima).
No mangá, a morte da 4ª criança é mais dramática, pelo simples fato do Shinji já saber quem era antes. E também por mostrar Shinji tentando ajudar o amigo a lidar com a insegurança de ser um pilato (faça-me rir, Shinji???? Era melhor pedir ajuda a um rato convenhamos). Enquanto que no anime ele descobre o amigo já era para estar morto, mas nem morrer ele não morre. E ainda pode incluir que no mangá, a forma que citam ter encontrado o corpo, aumenta o drama. Logo em seguida vem outra diferença também. No mangá Shinji sai destruindo a base, logo após o ocorrido e ainda tenta dar um soco no pai. No anime, conseguiram destruir uma das únicas vezes em que Shinji fez algo respeitável, fazendo com que fique apenas com um “não quero mais te ver”, so faltou um “vai com Deus”
O animes possui 26 episodios, dos quais o 25 e 26, ficam aprofundando nas psiques dos personagens, e convenhamos... isso é um porre. Não agradando os fãs, foi criado 2 filmes em animação para explica melhor o ocorrido (em que um, começa com um resumo de toda a série e termina com o inicio do 2º, uma logica estranha).
Foi criado também uma versão Shoujo, no qual só de saber que a Rei não era fria e o pai do Shinji era do tipo que trabalharia de papai noel em shopping, desanimei de ler.
Evangelion, é uma grande e complexa obra com uma reflexão sobre a humanidade e sobre o ser humano, e fechamos com uma citação do anime: "O maior inimigo da humanidade é o próprio homem." O que me lembra “o homem é o lobo do próprio homem”, do escritor latino Plauto.

Escrito por Felipe Utsch

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Análise Bufas Danadas de Luis Felipe Garrocho (Gomba)




Bufas Danadas. Uma série de tirinhas descompromissadas e espontaneas, que variam entre o humor irônico para um humor mais escrachado. Nasceu como passa tempo (o que convenhamos, é um ponto forte da obra), desenhadas inicialmente, segundo o autor, no paint, e atualmente com o auxilio de um tablet. Os quadros irregulares, os desenhos estilo croqui, formam um charme.
Temos aqui uma série de temas variados com as tirinhas, bem niveladas, desde a piada ao desenho, não indo aos extremos se tratando de qualidade.
Ao falar de humor, vemos que ele é determinado essencialmente pela personalidade de quem ri, variando assim da vivencia, experiência social e cultural de cada indivíduo, sendo assim, uma charge da ditadura funciona muito mais para alguém que viveu esta época, do que para nós hoje em dia, mesmo tendo estudado o assunto. No entanto, a maioria das piadas de Bufas Danadas, são atemporais, independente de sua cultura ou sua época, você vai entender o “Duda, intolerante a lactose” (só vai precisar saber o que é lactose, que não é difícil de saber né!), e se tiver um gosto por humor negro, vai gostar.  No entanto, ao ler “O melhor Homem”, são tirinhas em que as piadas, mesmo também podendo ser atemporal, possuem muito mais efeito se o leitor tem conhecimento da “corrente” do “amo bacon” que existe nas mídias sociais.
Portanto, as melhores tirinhas variam de leitor para leitor. Pessoalmente, gostei mais dos:

“Duda intolerante a lactose”
“Enorme filho da puta”
“O melhor Homem” – Afinal, tudo na vida pode ser resolvido com bacon.
“Doutor Capoeira”
“Alberto”
“Ronalda a costureira”

site Quadrinhos Rasos
http://www.quadrinhosrasos.com/
Blog do Bufas Danadas
http://bufasdanadas.com/

Escrito por Felipe Utsch

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Analisando composição de páginas - Batman, Cavaleiro das Trevas de Frank Miller








Essas são algumas das paginas presentes na obra The Dark Knight Returns de Frank Miller. Nas 2 primeiras, vemos Bruce sentado na cadeira, assistindo TV, quando ele tem um flashback da noite fatídica em que seus pais morreram. As páginas são praticamente monocromáticas em azul, uma cor fria, que representa a solidão, angustia, mas também leva a ponderação e a tranquilidade, e a cena é coberta com tons escuros. Somente alguns elementos possuem cor, o vinho, o cinema, que representa um momento alegre (até então pelo menos) e as balas. Elementos importantes da cena, que merecem destaque. Os quadros são simples, simétricos, todos do mesmo tamanho, dá uma ideia de continuidade, sequencia. É uma cena em que Bruce lembra de todos os detalhes, e por isso mostrada, aos detalhes, focando cada ato, a mão caindo lentamente, a bala sendo atirada, o gatilho sendo apertado, detalhes que ajudam a entrar na trama e a sentir a angustia de Bruce. Na HQ, Bruce há 10 anos aposentou o manto do Batman. Mas nesta cena, ele se lembra, que Batman é a real identidade, e Bruce é a máscara, não ao contrario. 


Agora estamos na próxima pagina, dando continuidade. Ela está dividida em 2 partes. A 1ª, vemos Bruce derrubando uma estátua, com uma espécie de janela no fundo, o que também representa uma área de alivio, inclusive pra nos leitores, que assim como o Bruce, queremos nos livrar um pouco desta angustia. O quadro não possui limitações, é um momento chave de toda a cena. O fundo é azul, mais puxado para o ciano agora, o que tranquiliza um pouco mas ainda é um momento angustiante, como se algo o incomodasse, Bruce foge. E começa um dialogo, entre as personalidades de Bruce e Batman, como se um lado falasse com o outro. A 2ª parte, Bruce está no banho, tentando se acalmar e retomar o folego, mas as cenas passam na cabeça. Os quadros que representam o presente, as cenas do banho, são puramente hachuras, quase não possuem limitações com linhas. E são preto e branco, o que torna o memento um pouco apático, mas ainda demonstra uma angustia, inclusive pelos gestos, como o ato de fechar os punhos. E somente nestes quadros, possuem falas. Os flashbacks entre as cenas do banho, nela os quadros são maiores, sem falas, o silencio diz tudo nestas horas. Em cores, focando os elementos responsáveis pela angustia e irritabilidade, mas, ainda sendo puxado para monocromia em azul. Assim, o menino Bruce, a bala e o colar de pérolas, ganham destaque, como um soco. E as falas nos quadros do banho, retomam nossa atenção ao presente, o que força ainda mais o fato de que os outros quadros são flashbacks.   
E as falas, possuem uma certa sonoridade:

O momento chegou
Em sua alma você sabe
Pois eu sou sua alma
Não há como escapar de mim

Você é frágil
Você é pequeno

Você é menos do que nada
Uma carcaça vazia
Um trapo, que não pode se esconder

Ardentemente eu queimo
e queimando eu brilho em chamas, belo e feroz

Você não pode me deter
Não com vinho
Nem com juramentos
Nem com o peso da idade

Você não tem como me deter
E mesmo assim
Ainda tenta
Ainda foge

Escrito por Felipe Utsch

Análise da série Arrow



O que falar sobre a série televisiva do Arqueiro Verde? Ou podemos chamar de Arrow Begins.
Usando da receita de bolo de Christopher Nolan com sua trilogia Batman, vemos um Arqueiro mais sombrio, mais dark e mais realista. Os próprios produtores já pronunciaram que a fómula do Batman funciona, então melhor ficar em terreno seguro, não é mesmo?
Ambos possuem muitas semelhanças, são ricos e vigilantes. A série ainda acrescenta coisas, aqui ele até some igual ao Batman quando você olha pro lado, e assim percebe que estava falando sozinho. E também o fato de utilizar a sede de Ciências Aplicadas para fornecer equipamento no combate ao crime. Mas o Arqueiro não tem aquele carrão maneiro. Um acréscimo bacana foi o Le Parkour, e o fato do Arqueiro agora dominar combate corpo a corpo, algo que nos quadrinhos demorou um bocado pra acontecer, mas convenhamos, é melhor assim, no entanto derrotar Constantine Drake com certa facilidade, é demais.
Pra quem conhece o personagem, pode sentir falta de seu humor sarcástico e reclamão, afinal, é ele que fica criticando tudo quando está participando da liga. Mas podemos pensar que criaram uma versão própria do  Arqueiro. Stephen Amell não tem o maior dos talentos, mas é carismático. Quando ele finge ser o playboy excêntrico, prefiro pensar que Oliver não é ator. A caracterização dos vilões ficou bacana, embora o exterminador (Slade) parece que usa uma máscara de papel marchê.
Aparece também a família de Oliver, em que a irmã usa drogas. O Arqueiro sempre foi um personagem atingido por questões sociais, teve um filho que mechia com drogas, uma filha prostituta que pegou AIDS, portanto a irmã, ainda fica no contexto.
Mas a série é boa. Não é magnifica, e não tem inovações, fica mais no feijão com arroz. 

Escrito por Felipe Utsch