domingo, 18 de maio de 2014

Critica - Piteco: Ingá


Mauricio de Sousa começou a fazer algo que os estúdios americanos já vêm fazendo desde o começo: pegando autores diversificados para que façam uma releitura das suas personagens. E eis que nos deparamos com Piteco Ingá.



Desenhada e escrita por Shiko, a HQ mistura os elementos clássicos da personagem, cuja vida se passa na pré-história, com elementos da tradição e cultura nordestinas, adaptando personagens folclóricos, como o Curupira, a uma roupagem interessante à trama.



Na HQ, Thuga é raptada pelos Homens-Tigre, e Piteco, junto com seu amigo Beleléu, vai ao resgate. O enredo é simples, porém eficaz e flui bem. Há criaturas de design chamativos, embora o roteiro não as apresente muito. E os desenhos são bons e simpáticos, coloridos à aquarela, produzindo resultados atraentes, com uma composição muito bem construída.
Só soam estranhos, em uma história tensa, com uma dramaticidade, personagens com nomes como Beleléu. Isso meio que tira um pouco a intensidade do enredo.




Mas é uma interessante releitura de um personagem pertencente a um dos estúdios de quadrinhos mais bem sucedidos do Brasil.




Escrito por Felipe Utsch
Corrigido e revisado por Tarsila Albuquerque
Editado por Gabriel Albuquerque

segunda-feira, 12 de maio de 2014

O QUE ACONTECEU EM HOMEM DE FERRO 3?

  


Há um ano, a ansiedade tomava conta dos fãs para a conclusão da trilogia do Vingador Dourado contando com a presença do vilão de alto escalão do herói, o MANDARIM, e seus Dez Anéis Mágicos. Ben Kingsley dominou o papel ameaçador do líder da organização terrorista dos Dez Anéis (citada no primeiro filme). A divulgação dos trailers com tons sombrios e densos mostrava que algo grande estava por vir. Seria a queda de Tony Stark, como o Homem-Morcego em O Cavaleiro das Trevas Ressurge? Seria o final épico para o nosso herói? A ciência contra a magia estaria à tona? O melhor filme do estúdio estava por vir... mas infelizmente deu-se o contrário.

No primeiro longa da fase 2, Tony Stark está traumatizado pelos eventos de Os Vingadores (saiba mais sobre o grupo em http://komixbrasil.blogspot.com.br/2012/06/os-vingadores-esse-ano-mais.html), não conseguindo dormir e construindo cada vez mais armaduras para se sentir seguro. Stark cria uma tecnologia (a qual não foi explicada, um dos muitos furos do enredo) que controla as peças de seu traje através da mente, com a ajuda de propulsores em cada uma que vão moldando-se no corpo do herói, um avanço da Mark V (a maleta do segundo filme). O arco Extremis (veja crítica em http://komixbrasil.blogspot.com.br/2013/04/critica-homem-de-ferro-extremis.html) é desenvolvido no filme, porém muito mal aproveitado. Nas HQs, a Extremis é um composto biológico aprimorado que foi roubado e injetado no terrorista Mallen, alterando a biologia do mesmo, que, assim, adquire superforça, fator de cura bem avançado, velocidade, e, em seu caso, a habilidade de projetar fogo e raios. Após uma batalha sangrenta, Tony sai gravemente ferido e decide injetar o composto em si mesmo, contudo alterado para agir de forma diferente em seu corpo. Após a injeção da Extremis, Stark pôde interagir com qualquer tecnologia. Aldrich Killian não tem muito destaque na saga, mas no filme é colocado como vilão principal e criador da organização IMA (Ideias Mecânicas Avançadas), que, nos quadrinhos, surgiu na 2ª Guerra Mundial pelas mãos do Barão von Strucker com finalidade de desenvolver armamentos para a HIDRA e que, mais tarde, desligou-se por motivos de divergências políticas.

Aos 40 minutos de duração, Stark ameaça o Mandarim em rede nacional e, em seguida, os Dez Anéis atacam a mansão em Malibu (sequência de ação muito bem desenvolvida com tom de tensão e grandes efeitos especiais), finalizando-se com Tony escapando ferido e abalado em sua armadura. Até aí, tudo bem, as mudanças estavam adequadas para o roteiro. Era o filme que nós, fãs, esperávamos. Após o ocorrido citado acima, nosso herói encontra um menino (10-12 anos) com uma mente espetacular; além de discutir sobre tecnologia e física em geral como um profissional da área, ele também ajuda a “curar” o estresse pós-traumático de Stark causado pelos aliens em Os Vingadores. GRANDE PSICÓLOGO.

As coisas pioram quando JARVIS encontra a localização do Mandarim em MIAMI, e Tony vai atrás. A grande “trollada” do universo cinematográfico Marvel. TREVOR SLATTERY É O SUPOSTO MANDARIM. MAS QUEM É TREVOR SLATTERY? É apenas um ator contratado por Killian para se passar por terrorista e cobrir os danos causados pela IMA. Nesse momento, pensei comigo mesmo: “Deve ser um sósia do Mandarim. Um terrorista não seria alvo fácil assim, uma vez que é caçado por todos. Eles não podem ter feito isso!” Mas com o passar do filme, as piadas não pararam, o clímax se perdeu e o Mandarim deixou de existir. Na verdade, na batalha final, Stark ordena a JARVIS que libere todas as armaduras do Homem de Ferro escondidas no subsolo da mansão destruída e faça-as voarem até ele e Rhodes para combater um exército de soldados Extremis. Após Pepper Potts (sequestrada por Killian, que foi um interesse amoroso no passado) aparentemente cair para a morte, Tony furioso luta com Aldrich alterado pela Extremis num rodízio de armaduras durante a batalha. Potts sobrevive à queda (graças à Extremis) e surge para matar Killian, que alega ser o VERDADEIRO MANDARIM, pois foi o responsável por todos os atentados terroristas no decorrer do longa.

Como se não pudesse ficar pior, Stark em seguida manda JARVIS acionar a autodestruição das armaduras do Homem de Ferro para dedicar mais tempo a Pepper, e Slattery é preso. Além do mais, médicos retiram a Extremis de Potts e os estilhaços no peito de Tony. COMO E POR QUÊ? Se era tão simples retirar os estilhaços próximos ao coração de Stark, por que o mesmo não o fez no primeiro filme ao sair da caverna?
Por que não injetou a Extremis para derrotar facilmente Aldrich Killian, como nas HQs, e se recuperar dos danos causados pelos estilhaços?

Por que Pepper Potts não foi salva por uma das 40 armaduras que estavam circulando em combate? Por que as armaduras escondidas no subsolo da mansão de Stark não foram chamadas para combate durante o ataque à própria?

Por que o Mandarim não foi utilizado como o vilão principal?

Ben Kingsley atuou maravilhosamente bem como o impetuoso terrorista e também como o falso vilão. Dois personagens completamente diferentes (um amedrontador e um cômico). A magia dos anéis poderia ser utilizada perfeitamente dentro do universo já estabelecido com Thor. Até a própria Extremis como fonte de poder para o vilão seria muito bem-vinda.

Os fãs ficaram decepcionados com o filme, mas ainda assim se tornou a 5ª maior bilheteria na história do cinema, com 1.2 bilhões, graças ao público que não acompanha os quadrinhos, que acharam um bom entretenimento.

Atualmente, como extra no Blu-ray de Thor: O Mundo Sombrio (veja critica em http://komixbrasil.blogspot.com.br/2013/11/thor-o-mundo-sombrio-critica.html), foi liberado um curta (Marvel One-Shot) intitulado All Hail The King, no qual é mostrado o suposto Mandarim (Trevor Slattery) na cadeia sendo interrogado por um integrante dos Dez Anéis, o qual revela que seu chefe “quer seu nome de volta”, implicando a existência de um verdadeiro Mandarim. Resposta ao desapontamento dos fãs com o estúdio. Fizeram a cagada, acharam que íamos engolir, agora se remediam. O próprio diretor de Os Vingadores, Joss Whedon, declarou, após assistir ao terceiro filme da série, que não fazia ideia de como reparar os erros do diretor Shane Black (Homem de Ferro 3) e reintroduzir o personagem em Os Vingadores: A Era de Ultron sem o reator arc no peito do nosso herói e sem as armaduras((0jansdasd.


Assisti novamente ao filme, mas realmente não tem outra explicação ou ponto de vista diferenciado. Com todo o potencial para fechar a trilogia com chave de ouro e sair da maldição do terceiro filme (Homem-Aranha 3 e X-Men 3), o roteiro se enrolou antes da metade e foi decaindo, sem reparar os erros antecipadamente e com muito alívio cômico jogado nas telas, até se tornar o pior filme da Marvel Studios. Agora é esperar Homem de Ferro 4 com o VERDADEIRO MANDARIM com seus anéis mágicos como vilão.

Veja a primeira critica do filme em - http://komixbrasil.blogspot.com.br/2013/05/homem-de-ferro-3-critica.html

Escrito por Guilherme Rincon
Revisado e corrigido por Tarsila Albuquerque
Editado por Gabriel Albuquerque


sábado, 3 de maio de 2014

CAPITÃO AMÉRICA: O SOLDADO INVERNAL — CRÍTICA



Depois de Thor: O Mundo Sombrio, a Marvel Studios (saiba mais sobre o estudio - http://komixbrasil.blogspot.com.br/2013/11/marvel-comics.html) conseguiu novamente com a continuação do Sentinela da Liberdade. Capitão América: O Soldado Invernal contém uma tonalidade diferenciada de qualquer filme já feito pelo estúdio, apresentando ao público um filme de ação e espionagem intensamente maduro.



Steve Rogers (Chris Evans) está se adaptando ao mundo moderno após os acontecimentos em Os Vingadores (leia mais sobre o grupo - http://komixbrasil.blogspot.com.br/2012/06/os-vingadores-esse-ano-mais.html) quando se depara com a ameaça da organização secreta HYDRA retornando de sua queda após a 2ª Guerra Mundial dentro da própria SHIELD (saiba mais sobre a organização - http://komixbrasil.blogspot.com.br/2013/12/shield.html). O longa nos apresenta também o desenvolvimento de várias personagens, como o Falcão (Anthony Mackie), Natasha Romanoff (Scarlett Johansson) — a qual tem mais destaque e um lado mais humano —, Nick Fury (Samuel L. Jackson) — pela primeira vez em ação —, e uma série de vilões introduzidos, como Batroc, o Saltador, Ossos Cruzados, Barão Von Strucker e o responsável pelo subtítulo, o Soldado Invernal.
Fiel ao arco escrito por Brubaker com ilustração de Steve Epting, o filme mostra como o efeito devastador do retorno de Bucky Barnes (Sebastian Stan) afeta o psicológico de Steve, assim como traz algumas cenas de lutas retiradas diretamente das HQs. A ação é bem desenvolvida e mais crua, sem necessidade de muitos efeitos especiais, com exceção da ação aérea do Falcão. Perseguições de carros e muita pancadaria “mano a mano”, filmadas com câmera na mão pelos diretores Joe e Anthony Russo sem poluição visual (exemplo de Michael Bay – Transformers), com entendimento completo do que está acontecendo e tensão com a ajuda da trilha sonora.
Os easter eggs são espetaculares, principalmente com a menção de Stephen Strange (Dr. Estranho, filme planejado para a fase 3 da Marvel Studios). Tony Stark é citado diversas vezes, assim como Bruce Banner, e a antiga Torre Stark aparece como a Torre Vingadores. As cenas pós-créditos dão um gancho para Vingadores: a Era de Ultron (1 de maio de 2015) e para o terceiro filme do Capitão (6 de maio de 2016 — conflitando com a data de estreia de Batman vs. Superman).
Capitão América: O Soldado Invernal é o melhor filme do estúdio, perdendo apenas para Os Vingadores. Denso, com pouco humor, muita tensão e entretenimento para fãs e não fãs dos quadrinhos. Clima que infelizmente não foi desenvolvido e mantido no decorrer do primeiro longa da fase 2, Homem de Ferro 3.


Escrito por Guilherme Rincon Amora
Revisado e corrigido por Tarsila Albuquerque
Editado por Gabriel Albuquerque