Nascido
em 27 de Janeiro de 1957, em Olney, Maryland; Frank Miller é um autor e
desenhista de histórias em quadrinhos norte-americano conhecido pela linguagem
sombria que utiliza em seus quadrinhos e por seus desenhos marcados pela
presença de alto-contraste e de um estilo que faz lembrar o do film noir. Filho de uma enfermeira e um
carpinteiro/eletricista, é o quinto de sete irmãos. Criado em Montpelier,
Vermot, Miller tornou-se desenhista profissional e trabalhou para diversas
editoras, incluindo a Gold Key, a DC Comics e a Marvel Comics.
Ele começou a desenhar muito jovem, colaborando para muitos fanzines. Em
seguida, passou a trabalhar como freelancer
para diversas editoras, como a DC e a Marvel. Nesta última, passou a chamar
atenção depois de uma história de duas edições do "Incrivel Homem-Aranha", que chocou os fãs do aracnídeo ao
mostrar um justiceiro com capacidade de antecipar os movimentos do herói e que
não o assassinou apenas por se convencer de que o mesmo não era um criminoso. Ganhou
o posto de desenhista regular nas histórias do "Demolidor" onde logo assumiu também o papel de escritor. Em
colaboração com o arte-finalista Klaus
Janson, Miller atraiu um número crescente de fãs. Foi aclamado pela crítica
e conseguiu o respeito da industria de quadrinhos. Durante seu trabalho em
"Demolidor", Miller criou a
coadjuvante ninja assassina Elecktra,
a personagem com o qual ele é mais associado até hoje.
Desde então, sua visão do “Demolidor”, direcionada a um público mais adulto e exigente, permaneceu como a dominante, se estendendo inclusive à adaptação cinematográfica de 2003, que assimilou diversos elementos das histórias de Miller (filme esse que não fora visto pela crítica com bons olhos, assim como o da Elcktra).
"A Queda de Murdock", considerada
pelos críticos a melhor história do “Demolidor”
e dos quadrinhos em geral, até hoje; foi escrita por Miller e desenhada por David Muazzuchelli. Nesta saga, Miller
transportou Matt Murdock para um
mundo realista, repleto de gangsters, prostitutas, assassinos profissionais e
diversos elementos assustadores do submundo. O sucesso foi tão estrondoso que
seus sucessores nunca mais desviaram a famosa personagem desta linha iniciada
por Miller. Também redefiniu um dos principais vilões das histórias do Demolidor, o Rei do Crime, tornando-o mais inteligente, estrategista e sombrio,
que se escondia por trás do disfarce de um empresário rico e honesto, enquanto
controlava e chantageava politicos, policiais, jornalistas e militares. Como se
não bastasse, Miller terminou com a estória de que o Capitão América seria o único sobrevivente do projeto estadounidense
de super-soldado, introduzindo a personagem Bazuca,
uma espécie de refugo deste projeto, que acaba enfrentando o Demolidor na sequência final da saga. Mais
tarde, essas criações inspiraram a recriação de “Batman”. Em 1982, desenhou a mini-série “Wolverine”,
escrita por Chris Claremont.
Em 1993, ele
escreveu a mini-série "Demolidor: o
Homem sem Medo", desenhada por John
Romita Jr. contando a origem do Demolidor
em um estilo mais cinematográfico e realista. Frank também é conhecido por
produzir trabalhos na categoria propriedade-do-autor. "Ronin", uma história samurai de
ficção cientifica foi a primeira de inúmeras parcerias com sua ex-esposa LynnVarley. Miller se reveza entre
retomar (e redefinir) ícones bem conhecidos como “Batman” e o “Demolidor” e
criar obras como "Give Me Liberty" com Dave Gibbson, e "Hard
Boiled" com Geoff Darrow.
“Sin City” é seu primeiro
trabalho totalmente solo. Uma série de histórias sobre o crime, feitas em preto
e branco publicadas pela Dark Horse Comics. A colorista Lynn Varley colaborou na maioria de suas obras, incluindo "The Dark Knigth Returns" e em “Os 300 de Esparda”, de 1998.
O trabalho provavelmente mais conhecido de Miller, dentro e fora da
indústria de quadrinhos, é "The Dark
Knight Returns", um conto sombrio de “Batman” situado em um futuro próximo, mostrando o cavaleiro das
trevas como um vigilante violento e de certo modo sem escrúpulos, fugindo do
campo cômico da série de TV dos anos 60 estrelada por Adam West no papel do super-heroi. Nesse trabalho também redefiniu
o perfil psicológico de alguns vilões clássicos como o “Coringa” e o “Duas-Caras”,
acabou para sempre com a amizade cordial com o “Super-Homem”, mostrando-o como uma personagem reacionário, distante
e com um amigo hippie alucinado. (Arqueiro-Verde). Tendo como principal aliada
uma menina que assume o Robin (Jason Todd já havia morrido na história, mas não
na cronologia normal. No entanto, a trama de Miller também decretou o fim da
personagem, morta sem piedade pelo “Coringa”
em Batman: A Death in the Family" depois de uma enquete realizada junto aos
leitores).
A interpretação de Miller dominou a personagem por quase duas décadas,
influenciando a versão cinematográfica de Tim
Burton em 1989 e graphic novels
como "Batman: The Killing Joke
de Alan Moore e "Arkham Asylum" de Grant Morrison.
Miller não gostava somente de quadrinhos e começou a escrever roteiros para
filmes, sendo os mais notáveis “Robocop 2
e 3” . Depois deste último, o autor teria afirmado que
nunca mais deixaria Hollywood fazer adaptações de suas histórias, decepcionado
por praticamente nenhuma de suas idéias chegar às versões finais dos filmes
(embora seu nome fosse proeminentemente destacado nos créditos). Mais tarde
Miller trabalharia com a Dark Horse Comics, que é dona dos direitos da
personagem “Robocop”,
e fez sua própria versão em quadrinhos dessa personagem. A posição de Miller em
relação às adaptações cinamatográficas mudaria depois que Robert Rodriguez (diretor de El Mariachi) mostrou-lhe um
curta-metragem baseado em um dos contos de “Sin
City” — filmado sem o conhecimento do autor. Miller teria ficado tão
satisfeito com o resultado que aceitou adaptar “Sin City” para o cinema.
O filme foi co-dirigido por Rodriguez
e Miller, tendo Quentin Trantino
como diretor especialmente convidado, utilizando fielmente a sequencia dos
quadrinhos e o jogo de luzes e sombras dos desenhos de Frank Miller. Depois do
sucesso dessa experiência, foi filmado “300” ,
baseado na sua obra em quadrinhos “300 de
Esparta”. Em 2008 Miller dirigiu “The
Spirit”, baseado na famosa personagem de Will Eisner.
O trabalho mais recente de Miller é
o “Holy Terror”, onde será
apresentado uma nova personagem:
“The
Fixer” (aqui no Brasil terá o nome de “forças especiais que
enfrenta o crime O Consertador”), um aventureiro com treinamento nas para manter a forma. Quando sua cidade, a fictícia Empire
City, é atacada por terreoristas ele parte em uma caçada para encontrar os
responsavéis. A HQ será lançada com o
selo da Legendary Pictures com a possibilidade de adaptação para as telonas.
Segundo Miller, em entrevistas, essa produção será “descaradamente” refelxo de
seu posicionamento político pós-11 de Setembro. Um dos fatos que comprovam suas
palavras é a data de lançamento da HQ nos EUA: na semana em que os ataques
terroristas completam dez anos.
Escrito por Gabriel Albuquerque
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