domingo, 16 de fevereiro de 2014

A Piada Mortal

Batman: The Killing Joke (no Brasil, Batman: A Piada Mortal) é uma história em quadrinhos em edição única, escrita por Alan Moore e desenhada por Brian Bolland, publicada pela DC Comics em 1988.


Ao longo da história da personagem nos quadrinhos, a origem do Coringa teve várias versões cada uma focando um lado. Mas nunca houve uma versão oficial. Portanto, o passado do palhaço do crime era um mistério. Encarregado de contar uma versão mais definitiva do passado do maior inimigo do Batman, Alan Moore fez uma pequena compilação de tudo que já fora mostrado sobre o surgimento do Coringa. Mas, mais do que isso, Alan Moore se aprofundou na essência da personagem, o porquê de ele agir da maneira como age.
Partindo da premissa de que “só é necessário um dia ruim para levar uma pessoa à loucura”, o Coringa tenta provar seu ponto de vista sequestrando o Comissário Gordon. Em uma das atitudes mais ousadas para uma HQ da época, Alan Moore faz com que o Coringa aleije Barbara Gordon, a até então Batgirl.



O Coringa leva Gordon para um passeio no túnel do terror de um circo, deixando-o pelado e tratando-o como um animal, ao mesmo tempo em que o forçava a ver imagens de Barbara sendo estuprada; assim, ele procurava comprovar que o que o havia levado à loucura poderia acontecer com qualquer um. Afinal, como ele mesmo disse ao Batman, “você passou por um grande trauma, o que mais levaria uma pessoa a se vestir como morcego humano?”.
No entanto, no final, Bruce, por ver os pais morrendo quando criança, vira o Batman; o Coringa, por ter um dia em que tudo dá errado, vira o palhaço do crime; e Gordon, diante do que o Coringa faz com ele, continua normal. Ou seja, quem está certo afinal de contas?
Na HQ, os desenhos de Brian Bolland são magníficos, têm uma composição bem ao estilo de Alan Moore, mais estática, conforme se pode ver em suas outras obras (Alan Moore é bem detalhista na hora de montar o roteiro), com uma combinação de cores  fenomenal, na qual cores quentes são usadas em momentos mais tensos, e cores frias usadas em momentos mais deprimentes.
No entanto, mesmo assim, o Coringa diz que toda a história de seu passado por ele contada era apenas como ele a lembrava, podendo ser diferente. O que ainda deixa o seu passado um mistério.
Ideia central da HQ, que, inclusive, foi bem aproveitada por Christopher Nolan em seu O Cavaleiro das Trevas, no qual o Coringa sempre conta versões diferentes de sua origem, sendo difícil definir qual é a verdadeira, tornando-o, assim, um personagem mais absoluto. E da mesma forma que o Coringa tenta corromper alguém na HQ, ele faz o mesmo no filme, no entanto a vítima da vez é Harvey Dent, o Duas Caras.

Escrito por Felipe Utsch
Revisado e corrigido por Tarsila Albuquerque
Editado por Gabriel Albuquerque

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