domingo, 23 de junho de 2013

A história por trás da máscara do V de Vingança

“Lembre-se, lembre-se do 5 de novembro.”
Devido aos recentes acontecimentos, essa máscara também muito chamada de “A máscara do Anonymous” ou “Máscara do V de vingança”, tem recebido uma atenção muito especial. Aqui vai a
história por trás dela.

A máscara criada pelo desenhista David Lloyd, que junto ao Alan Moore são os autores da HQ “V de Vingança” (1982). O desenho da máscara representa Guy Fawkes.
Mas quem foi Guy Fawkes?

O ano é de 1606, Inglaterra era governada pelo rei absolutista Jaime I. Um rei protestante que favoreceu o anglicanismo e perseguiu católicos e puritanos. Isso gerou a conspiração da pólvora, no qual Guy Fawkes participou.

A conspiração foi formada por um grupo de católicos que, insatisfeitos com a política do rei Jaime I, que não concedia direitos iguais entre católicos e protestantes; decidiram assassinar o Rei junto com a maior parte de sua família. Guy Fawkes, como especialista em explosivos, seria responsável pela detonação da pólvora.
Porém, os conspiradores notaram que o ato poderia levar a morte de diversos inocentes e defensores da causa católica, portanto enviaram avisos para que alguns deles mantivessem distância do parlamento no dia do ataque. Para infelicidade dos conspiradores, um dos avisos chegou aos ouvidos do rei, o qual ordenou uma revista no prédio do parlamento. Assim acabaram encontrando Guy Fawkes guardando a pólvora.
Durante sua captura e interrogação, Fawkes permaneceu resoluto e desafiante, se identificando como "John Johnson" e se negando a fornecer informações aos seus captores. Quando perguntado o motivo de estar em posse de tanta pólvora, respondeu que a pólvora era "para explodir todos vocês desgraçados bêbados de scotch de volta para as montanhas sujas de onde vieram". Fawkes admitiu sua intenção de explodir o parlamento e lamentou seu fracasso. Sua coragem acabou rendendo certa admiração do Rei James, que o descreveu como "um homem de resolução romana".
Essa admiração não evitou que o Rei ordenasse sua tortura "de maneira progressiva e planejada". Para a surpresa do torturador William Waad, Fawkes inicialmente resistiu aos tormentos infligidos e não forneceu informações significativas além de declarar que rezava todos os dias  para Deus pedindo o avanço da fé Católica e a salvação da alma podre.


Fawkes e os demais conspiradores foram condenados à morte por decapitação e depois foram estripados e esquartejados. Em um último ato de desafio antes de ser conduzido ao local de execução, Fawkes conseguiu se desvencilhar dos guardas e pular de uma escada, quebrando o pescoço e evitando assim a tortura. Seu corpo foi esquartejado e exposto publicamente junto com o dos outros conspiradores.
Ainda nos dias de hoje o Rei ou Rainha vai até o parlamento apenas uma vez ao ano para uma sessão especial, sendo mantida a tradição de se revistar os subterrâneos do prédio antes da sessão.
Uma tradição sardônica dá a Fawkes o título de ser "o único homem que entrou no parlamento com intenções honestas".
Na Inglaterra até hoje existe a tradição de celebrar no dia 5 de novembro a Noite das Fogueiras. Nesta noite bonecos com a imagem de Fawkes são desfilados na rua, agredidos, despedaçados e por fim queimados.
Durante a HQ de Alan Moore e David Lloyd, temos um estado totalitário onde aparece um personagem anarquista disposto a derrubar o governo. Esse personagem, chamado de apenas “V”, usa uma máscara que foi inspirado no rosto de Guy Fawkes com um sorriso irônico. Algumas das semelhanças entre a HQ e os fatos reais estão na destruição do parlamento, a protagonista sendo torturada e a data do 5 de novembro.
Em 2006 a obra ganha uma adaptação para os cinemas com Natalie Portman
Hugo Weaving, dirigido pelos irmãos Wachowski (Matrix).

A máscara ficou mais famosa ao ser usada no movimento Occupy Wall Street, e posteriormente pelo grupo Anonymous, responsávl pela queda de sites governamentais durante a tentativa de implantação das leis SOPA e PIPA.

 

Comentário de Alan Moore sobre o uso das máscaras:

Suponho que quando estava escrevendo ‘V de Vingança’ pensei do fundo do meu coração: não seria ótimo se essas idéias tivessem impacto? Então, quando você começa a ver que essa fantasia ociosa entra no mundo normal… É curioso. Se sente como um personagem que, criado há 30 anos, escapou de alguma maneira do reino da ficção.
A máscara converte os protestos em performances… cria uma sensação de romance e drama, como em uma ópera. Isto é, manifestar, marchar em protesto, pode ser exigente, muito estressante… muito triste. São coisas que devem ser feitas, mas não significa que sejam extremamente agradáveis, quando na realidade deveriam ser…

 

Escrito por Felipe Utsch

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Comparação anime/mangá Sakura Card Captors

Sakura Card Captor, é uma série de mangá do gênero mahō shōjo (onde se possui um tipo de personagem feminina jovem com poderes mágicos) criada pelo grupo CLAMP e serializada na revista Nakayoshi, com 12 volumes, de 1996 a 2000. Foi adaptado a uma série de anime pelo estúdio Madhouse, somando 70 episódios (divididos por três temporadas), 2 filmes e 3 especiais (OVA).

O mangá tem uma narrativa fluida, com desenhos simples, sem muito detalhes de luz e sombra, o que indica o publico alvo, jovens meninas. Se utiliza de simples traços, sem hachuras, mas as roupas são bem detalhadas, muitas vezes ganhando um destaque ao surgir, com grande influencia da moda Lolita, a moda no mangá é uma das principais atrações no mangá para as leitoras. O que é de se esperar, já que a principal ilustradora (Mokona, sim, o Mokona dos mangás da Clamp leva o nome da ilustradora), é uma grande fã de moda, e chega a escrever livro sobre.
Os personagens são carismáticos, e a relação entre eles vai sendo bem trabalhada, mesmo quando clichê (clássico casal que começam se implicando, mas depois desenvolvem um sentimento mútuo). O anime acrescenta um personagem novo, que até se mostra interessante. Acaba sendo uma rival para Sakura, mas não se tratando de cartas.
O anime chega a ser bem fiel em relação ao mangá. Mas os acontecimentos não segue a mesma ordem. A manifestação das cartas também se alteram, mas mantem a base (uma carta que aparece jogando objetos no mangá continuará jogando objetos no anime, mas os objetos e o alvo se alteram), alguams das cartas que no mangá já aparece sendo lacradas , no anime elas se manifestam causando problemas antes (a exemplo da carta do bosque e do trovão). Como as cartas surgem em ordens diferentes entre o anime e o mangá, algumas das cartas tem alterações na forma de captura, inclusive porque as vezes conta com um personagem a mais ou a menos entre as mídias, ou em determinadas cartas, em que a carta usada para que selasse a outra carta no mangá, não havia sido capturada no anime. Mas é o que torna as coisas mais interessantes, pois não fica previsível. E o mais importante, as cartas não perdem sua identidade.

Os OVAs, mais parecem fillers (e daqueles que são tão encheção de lingüiça, que nem tem historia direito), que não acrescentam em nada à historia. Ao contrário do filme (A carta selada), que são continuações do anime/mangá, e trabalha a relação (ou relacionamento) entre sakura e Syaoran (ainda com o cliche, mas agora com o "sempre alguém para atrapalhar na hora de se declarar"). O 1º filme é um spin-off. 






Por: Felipe Utsch

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Masami Kurumada: Gênio de Saint Seya!


Masami Kurumada


Nascido em 6 de dezembro de 1953, Kurumada é autor de vários mangás como B’t X, Fuma no Kojirõ, Ring ni Kaker e um dos mais famosos do mundo: Cavaleiros do Zodíaco. Desde pequeno Masami demonstrou um talento nato para desenhar e, ainda na sua adolescência, começou a ter trabalhos publicados no início da década de 70. A famoso revista Shonen Jump (onde a maioria dos autores teve publicações) foi a primeira a publicar uma história do autor, o título Sukeban Arashi. O seu primeiro grande sucesso, publicado pela editora Shueisha, foi o título Ring ni Kaker – a revista conta a história de um boxeador do começo de sua carreira até o seu ápice.
 
No ano de 1982 Kurumada lançou, ainda pela mesma editora, o título Fuma no Kojirõ, que conta a trajetória de um jovem chamado Kojiro para evitar que as forças do mal conquistem as dez espadas místicas e dominem o mundo. Quatro anos depois, mais precisamente em dezembro de 1986 o seu título mais famoso fora publicado: Os Cavaleiros do Zodíaco (no original – Saint Seya). O mangá rapidamente fez vários fãs pelo mundo todo, o que fez que as batalhas de Seya e seus amigos virassem anime, com a forte contribuição do ilustrador Shingo Araki e do compositor Seji Yokoyama. Aqui no Brasil a série foi transmitida pela extinta Rede Manchete entre os anos de 1994 e 1997. Mais tarde ela foi reprisada pela emissora Cartoon Network em 2003 e na TV aberta Bandeirantes em 2004. A emissora também foi a primeira a passar a Saga de Hades no ano de 2010.
Após o estrondoso sucesso de Os Cavaleiros do Zodíaco, houve um desentendimento entre Kurumada e a editora Shueisha. Ele passou a trabalhar em outra editora onde lançou outro título: B’t X. Não fez o mesmo sucesso de Saint Seya, mas o mangá (lançado no Brasil pela JBC) gerou duas temporadas na TV. Esses contratempos fizeram com que o autor saísse do “mainstream” dos mangás.
Recentemente ele retornou a mídia com a Toei Animation com o lançamento das OVAs da Saga de Hades e o anime do título Ring ni Kakero, que está sendo escrito o volume dois. Kurumada também está escrevendo mais uma parte do mundo Cavaleiros do ZodíacoSaint Seya: Next Dimension; que contará a primeira guerra contra Hades.

 
Escrito por Gabriel Albuquerque